terça-feira, 23 de abril de 2013

Senador Ataídes critica falta de transparência no Sistema S



Senador detalha que as instituições teriam recebido R$ 15 bi em 2012 da União e não prestado contas do recurso

O senador Ataídes de Oliveira (PSDB) coleta assinaturas para ingressar com pedido de instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar o Sistema S.


O parlamentar explica que o Sistema S recebeu R$ 15 bilhões em 2012 do governo federal, porém não houve prestação de contas desse recurso. "O meu objetivo é garantir transparência, ampliação e eficiência do serviço prestado", frisa.

No livro CAIXA-PRETA do Sistema S, de autoria do senador, ele divulgou relatórios e acórdãos de auditorias do Tribunal de Contas da União (TCU) e Controladoria Geral da União (CGU), que apontariam irregularidades no uso do dinheiro público. Ataídes ainda frisou, no livro, que são problemas no Sistema S a contratação de pessoal feita sem critério, licitações irregulares, supersalários pagos e cobrança pelos cursos oferecidos.

"O Sistema S deve ter como principal objetivo a qualifica de mão de obra, ampliando o atendimento às regiões Norte e Nordeste, com cursos gratuitos", argumenta Ataídes.

O parlamentar destaca que o Sistema S estaria atuando no mercado financeiro, imobiliário e comercial, deixando suas principais finalidades: aperfeiçoamento profissional e à melhoria do bem-estar social dos trabalhadores. "O Sistema S tem aplicado este ano R$ 8 bilhões no mercado financeiro", diz. CPI "Dentro de dez a 15 dias quero terminar de pegar as assinaturas e apresentar o pedido de CPI, já tenho 21 nomes, mas quero conseguir pelo menos 30", detalha. É preciso, no mínimo, 27 assinaturas para apresentar um pedido de CPI no Senado. "Existe uma resistência dos parlamentares para apoiar a investigação, pois o Sistema S é muito grande, mas vou conseguir", afirma. Questionado se já teria perdido apoio de algum senador, ele negou. "Nenhum pediu para retirar o nome, até porque só podem fazer isso após a CPI ser protocolada", afirma Ataídes.
Por meio de nota, a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) informou que o senador já teria perdido o apoio de sete dos 21 senadores que assinaram o pedido. O senador diz que desconhece a informação.
A CNC, por meio de nota, afirmou que as suspeitas levantadas pelo senador já foram respondidas em Plenário. Sobre a CPI, a nota defende que "o senador já atingiu o seu limite de convencimento de outros colegas (parlamentares)". A presidente Confederação de Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e da Federação da Agricultura e Pecuária do Tocantins (Faet), senadora Kátia Abreu (PSD), destaca que a aplicação financeira do Sistema S é fiscalizada pelo TCU e CGU e os dados estão disponíveis no site desses órgãos. Ela ressalta que Ataídes deve apontar irregularidades específicas, detalhar os problemas, e não criticar todo o sistema.
A Confederação Nacional da Indústria (CNI) informou que não comentará o assunto. O JTo também entrou em contato com a Federação das Indústrias do Tocantins (Fieto), com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e com a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Tocantins (Fecomércio), que não se pronunciaram sobre as críticas do senador. Contudo, a Fecomércio, no dia 20 de março, divulgou uma nota afirmando que a entidade preza pela transparência e lisura em seus processos. Na nota, foi destacado que o Sistema tem 20 unidades físicas e quatro unidades móveis no Tocantins, que atenderiam 10 mil pessoas diariamente.

Texto: Alessandra Sousa e Aline Sene
Jornal do Tocantins – Palmas-TO

Nenhum comentário:

Postar um comentário