O senador Ataídes de Oliveira (PSDB) coleta assinaturas para ingressar com pedido de instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar o Sistema S.
O parlamentar explica que o Sistema S recebeu R$ 15 bilhões em 2012 do governo federal, porém não houve prestação de contas desse recurso. "O meu objetivo é garantir transparência, ampliação e eficiência do serviço prestado", frisa.
No livro CAIXA-PRETA do Sistema S, de autoria do senador, ele divulgou relatórios e acórdãos de auditorias do Tribunal de Contas da União (TCU) e Controladoria Geral da União (CGU), que apontariam irregularidades no uso do dinheiro público. Ataídes ainda frisou, no livro, que são problemas no Sistema S a contratação de pessoal feita sem critério, licitações irregulares, supersalários pagos e cobrança pelos cursos oferecidos.
"O Sistema S deve ter como principal objetivo a qualifica de mão de obra, ampliando o atendimento às regiões Norte e Nordeste, com cursos gratuitos", argumenta Ataídes.
O parlamentar destaca que o Sistema S estaria atuando no mercado financeiro, imobiliário e comercial, deixando suas principais finalidades: aperfeiçoamento profissional e à melhoria do bem-estar social dos trabalhadores. "O Sistema S tem aplicado este ano R$ 8 bilhões no mercado financeiro", diz. CPI "Dentro de dez a 15 dias quero terminar de pegar as assinaturas e apresentar o pedido de CPI, já tenho 21 nomes, mas quero conseguir pelo menos 30", detalha. É preciso, no mínimo, 27 assinaturas para apresentar um pedido de CPI no Senado. "Existe uma resistência dos parlamentares para apoiar a investigação, pois o Sistema S é muito grande, mas vou conseguir", afirma. Questionado se já teria perdido apoio de algum senador, ele negou. "Nenhum pediu para retirar o nome, até porque só podem fazer isso após a CPI ser protocolada", afirma Ataídes.
Por meio de nota, a Confederação Nacional do Comércio de
Bens, Serviços e Turismo (CNC) informou que o senador já teria perdido o apoio
de sete dos 21 senadores que assinaram o pedido. O senador diz que desconhece a
informação.
A CNC, por meio de nota, afirmou que as suspeitas levantadas
pelo senador já foram respondidas em Plenário. Sobre a CPI, a nota defende que "o
senador já atingiu o seu limite de convencimento de outros colegas
(parlamentares)". A presidente Confederação de Agricultura e Pecuária do
Brasil (CNA) e da Federação da Agricultura e Pecuária do Tocantins (Faet),
senadora Kátia Abreu (PSD), destaca que a aplicação financeira do Sistema S é
fiscalizada pelo TCU e CGU e os dados estão disponíveis no site desses órgãos.
Ela ressalta que Ataídes deve apontar irregularidades específicas, detalhar os
problemas, e não criticar todo o sistema.
A Confederação Nacional da Indústria (CNI) informou que não
comentará o assunto. O JTo também entrou em contato com a Federação das
Indústrias do Tocantins (Fieto), com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e
Pequenas Empresas (Sebrae) e com a Federação do Comércio de Bens, Serviços e
Turismo do Estado do Tocantins (Fecomércio), que não se pronunciaram sobre as
críticas do senador. Contudo, a Fecomércio, no dia 20 de março, divulgou uma
nota afirmando que a entidade preza pela transparência e lisura em seus
processos. Na nota, foi destacado que o Sistema tem 20 unidades físicas e
quatro unidades móveis no Tocantins, que atenderiam 10 mil pessoas diariamente.
Texto: Alessandra
Sousa e Aline Sene
Jornal do Tocantins –
Palmas-TO
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